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terça-feira, 27 de abril de 2010

O melhor restaurante do mundo é dinamarquês: Noma

El bulli, de Ferran Adrià, não é mais o melhor restaurante do mundo. O dinamarquês Noma, do chef René Redzepi, com ambiente rústico e despretencioso, desbancou a casa basca, da Costa Brava (Espanha) e o original The Fat Duck, da pitoresca Bray, em Berkshire (Inglaterra), do chef-patron Heston Blumenthal, na respeitada lista dos 50 melhores restaurantes de 2010 da San Pellegrino e Restaurante Magazine.


A mais famosa classificação do planeta foi divulgada ontem à noite em Londres e agraciou um brasileiro: D.O.M., de Alex Atala, ocupa um honroso décimo oitavo lugar (em 2008 estava em quadragésimo). 


Enquanto Atala ganha destaque por seus experimentos com ingredientes amazônicos, Redzepi, além do talento de grande cozinheiro aos 32 anos, ganhou notoriedade por não usar nenhum ingrediente que não possa ser encontrado na região nórdica, sob o argumento de que a possibilidade de comprar qualquer produto em qualquer lugar do mundo tornou a cozinha sem graça, desinteressante. Mas isso não que dizer que usa ingredientes comuns, o chefe está sempre em busca de flores e ervas selvagens e criaturas do mar pouco conhecidas.

Nosso genial chef dinamarquês, Simon Lau Cederholm, do restaurante Aquavit (Setor de Mansões do Lago Norte) já havia antecipado as qualidades do restaurante de Copenhague. Quem não seguiu seu conselho agora seguramente terá mais dificuldade em reservar uma mesa no Noma (duas estrelas no Guia Michelin), que há algum tempo deixou de lado a carta e passou a oferecer apenas o menu degustação, diante da certeza de que seus clientes buscam uma experiência gastronômica única.

A premiação do The World's 50 Best Restaurant Awards é decidida por um painel de 806 chefs, restaurateus, jornalistas de gastonomia e críticos de restaurantes de vários países. Em 2009 Redzepi, que já trabalhou nos estrelados French Laundry, Jardin des Sens e no próprio El bulli, ganhou o prémio da escolha do chefe (Chef's Choice), com votos de todos os chefs do júri. Este ano o prêmio ficou com Heston (The Fat Duck) e Adrià levou o de Chef da Década. 

Ferran Adrià na nova campanha pelo turismo na Espanha

 O alquimista Heston Blumenthal 

Esse resultado será alguma espécie de condenação para os que descem na escala ou a canonização dos que sobem na lista? Além da suspeita de que o anúncio de que Adrià fechará El buli por dois anos contribuiu para a busca de uma estrela ascendente, sugiro que trata-se apenas de uma lista, que vai movimentar alguns milhões de dólares e euros, é verdade, mas ainda é uma lista.
 
Repercute porque todos adoramos listas - Billboard, Oscars, Leão de Ouro, Palma de Ouro, 100 maiores fortunas da Forbes, os Top Five do Box Office do cinema americano, os bestseller do New York Times, os melhores restaurantes brasileiros eleitos pela revista Gula, a lista é infindável e esperamos por elas ano após ano. É uma brincadeira - cara, é verdade, para os personagens diretamente envolvidos - mas útil na hora de jogar conversa fora com os amigos.

Para não ficar sem assunto ou anotar na agenda, segue a lista:

1   Noma (Dinamarca)
2   El bulli (Espanha)
3   The Fat Duck (Grã-Bretanha)
4   El Celler de Can Roca (Espanha)
5   Mugaritz (Espanha)
6   Osteria Francescana (Itália)
7   Alinea (EUA)
8   Daniel (EUA)
9   Arzak (Espanha)
10 Per Se (EUA)
11 Le Chateaubriand (França)
12 La Colombe (Africa do Sul)
13 Pierre Gagnaire (França)
14 L'Hotel de Ville - Phillippe Rochat (Suíça)
15 Le Bernardin (EUA)
16 L'Astrance (França)
17 Hof Van Cleve (Bélgica)
18 D.O.M. (Brasil)
19 Oud Sluis (Holanda)
20 Le Calendre (Itália)
21 Steirereck (Austria)
22 Vendome (Alemanha)
23 Chef Dominique (Finlândia)
24 Les Creations de Narisawa (Japão)
25 Mathias Dahlgren (Suécia)
26 Momofuku Ssam Bar (EUA)
27 Quay (Austrália)
28 Iggy's (Singapura)
29 L'Atelier de Joel Robuchon (França)
30 Schloss Schauenstein (Suíça)
31 Le Quartier Français (Africa do Sul)
32 The French Laundry (EUA)
33 Martin Berasategui (Espanha)
34 Aqua (Gran-Bretanha)
35 Combal Zero (Itália)
36 Dal Pescatore (Itália)
37 De Librije (Países Baixos)
38 Tetsuya's (Australia)
39 Jaan Par Andre (Singapura)
40 Il Canto (Itália)
41 Alain Ducasse Au Plaza Athénée (France)
42 Oaxen Krog (Suécia)
43 St John (Gran-Bretanha)
44 La Maison Troisgros (França)
45 wd-50 (EUA)
46 Biko (México)
47 Die Schwarzwaldstube (Alemanha) 
48 Nihonryori RyuGin (Japão)
49 Hibiscus (Grãn-Bretanha)
50 Eleven Madison Park (EUA)


Fotos: Divulgação

Nova nota de 100 dólares à prova de falsificações, por enquanto


Para os viajantes irem se acostumando com as novas características, aqui fica registrada a nova nota de 100 dólares que o governo dos Estados Unidos divulgou, dotada de novíssima tecnologia para prevenir falsificações. O desenho da nota mudou pouco, embora tenha perdido a característica cor verde - as famosas verdinhas vão ficar para a história - e Benjamin Franklin continua a dominar a principal face da cédula.  

A fita de segurança em 3D tem figuras holográficas com o número 100 e o Sino da Liberdade, que em em 1776 chamou a população da Filadélfia para ouvir a primeira leitura da Declaração da Independência. Ainda na face frontal, outra imagem do sino muda de cor do verde para o cobre, conforme se movimenta a nota, dando a impressão de desaparecer na marca d'água alaranjada.

Do outro lado, a imagem do Independence Hall mostra a fachada de trás e não a da frente do prédio, conforme na cédula atualmente em circulação. As imagens de Franklin e do prédio são maiores e o aro oval que circundava os desenhos foram removidos.

O Departamento do Tesouro norteamericano montou um vídeo para possibilitar uma olhada de perto na nota, que não estará em circulação antes de 10 de Fevereiro de 2011.


quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mania de Alice

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, Disney, EUA, 2010), de Tim Burton, chega nos cinemas em 3D nesta sexta-feira (23), mas já é cult antes de ser exibido e tudo que se refere à personagem e à temática do filme virou mania. Roupas, bijoux, papelaria, maquiagem, tudo que a criatividade do mercado de consumo temático pode conceber, respeitando/glamourizando a estética de Tim Burton, está sendo comercializado mundo afora.


Um plano de marketing abrangente e bem estruturado nos expuseram à explosão exuberante de cores e formas das imagens, ao sofisticado styling das personagens, tudo envolto no tom sombrio sempre presente na obra de Burton e tornaram história e roteiro irrelevantes.



 
Na França, onde o filme só estrearia em abril, as lojas Printemps anteciparam no mes de Fevereiro uma exposição nas vitrines da loja parisiense com grandes nomes da moda, entre eles, Stella Mccartney, Cloé, Ann Demeulemeester, Margiela, Tom Binns e Alexander McQueen, que morreria naquele mesmo mes.


  

Além, claro, do sensacional Nicholas Kirkwood, que criou sapatos exclusivos em homenagem a Alice, com relógio e tudo: "Normalmente minhas criações são 'limpas', mas nesse caso, a inspiração me ipulsionou a agregar elementos e fui colocando coisas".



Uma visita à loja tornou-se um mergulho no mundo da Alice burtoniana, com elementos da história de Lewis Carroll por todo lado - relógios de bolso, cogumelos, xícaras de chá. A experiência do chá foi elevada  um nível extraordinário pela tradicional casa Ladurée, que montou vitrines de dar água na boca.



Ladurée tem uma loja/restaurante permanente no andar "Luxe" da Printemps mas investiu em outro espaço no subsolo - Alice chez Ladurée - um salão ambientado para inspirar o clima de um chá com macarrons e outras guloseimas de sonho na companhia do Coelho Branco.

 
O piso misturava a ilusão de ótica do tabuleiro de xadrez preto e branco, com musgo verde; bules e xícaras pendiam do pé direito de quatro andares, altura das vertiginosas vitrines que o magazin montou com bolsas, livros, delicias gourmet e outras tentações, entre imagens do filme de Burton.


Para quem perdeu a experiência, que durou até 13 de março passado, resta correr para tentar comprar a edição limitada da caixa de música em homenagem `a personagem de Carroll, recheada com os macarrons mais famosos do mundo. www.laduree.fr


Muitos designers seguiram a tendência obvia de sucesso e abusaram das referências do filme (ou mesmo da versão original de Disney). A cantora Avril Lavigne, responsável pela criação do tema do filme, lançou uma coleção de roupas para sua grife, a Abbey Dawn, para meninas antenadas.


A Ellus, no Brasil, não perdeu tempo e foi na mesma linha, com camisetas de consumo rápido estampadas com o tema.

 
A indústria de produtos licenciados enlouqueceu. A Mattel fez um Mad Hatter na coleção Barbie e a Urban Collector congestionou a internet com figuras do filme, como o chapeleiro maluco (abaixo).


A Sefora recheiou as prateleiras com paleta de sombras da linha de maquiagem Urban Decay, uma peça de colecionador que esgotou completamente antes do lançamento oficial do filme nos Estados Unidos. A caixa é um primor que imita os pop-up books (livros com dobraduras de papel que saltam das páginas) e o espelho na tampa dá a ilusão de um mergulho no mundo fantasioso do clássico da literatura. As cores não são novas, apenas os nomes, que fazem referência ao mundo de Wonderland: midnight tea party; curiouser; drink me, eat me. 



Quem evidentemente investiu muito foi a Disney Couture: roupas, bolsas, bijoux de Swarovski, mas o carro chefe, objeto de desejo total, é a linha de colares e braceletes especialmente desenhadas pelo irlandês Tom Binns, que orna os percoços de Michelle Obama, Jessica Biel e Rihanna, famoso por misturar pérolas, strass, correntes, cristais e afinetes de segurança em colares assimetricamente poderosos. 

Uma das peças mais baratinhas é o bracelete Mad Hatter (abaixo), na faixa de US$ 200.00. Para os colares é preciso desembolsar mais de US$ 800.00.

Mas a campeã em ousadia foi mesmo a HStern, com a deslumbrande coleção de anéis em dois tamanhos - dimensão humana e dimensão extraordinária - que brinca com o cresce-encolhe de Alice. Os anéis estão disponíveis apenas sob encomenda - a partir de R$ 10 mil. 

Os designers fugiram dos personagens obvios e buscaram inspiração no cenário. Usaram elementos da natureza para desenvolver as peças, que são um escândalo e irão causar impacto em que as portar. Alguns anéis chegam a medir 10 centímetros!

Cogumelos em ouro esmaltado e diamantes:




O gato Cheshire, deitado num galho de árvore de ouro e diamantes, é esmaltado com listras azuis e o sorriso realmente brilha no escuro: 


 




As rosas falantes também estão num anel e ouro e diamantes, uma delas com carinha:
 



A topiária em forma de pássaro dos jardins do filme se transformou em um anel com centenas de minúsculas folhinhas de ouro:



 
O assustador Jabberwocky (Jaguadarte, na versão brasileira), com asas negras, ganhou uma peça bem no estilo da moda rocker.   

 

H. Stern em colaboração com Disney



A película

O filme de Burton altera a história original e apresenta uma Alice Kingleigh, de 19 anos, que acabou de perder o pai amado e não sabe o que fará do futuro. Seu espírito independente se sente preso na visão estreita da mentalidade da mulher na Londres aristocrática da era vitoriana. Levada pela mãe e irmães a uma festa, ela desconhecia que o propósito furtivo era arranjar seu noivado com o arrogante Hamish Ascot. 

Enquanto ouve a proposta, entretanto, Alice vislumbra um apressado coelho branco de colete e relógio de bolso a quem tenta seguir, ignorando seu pretendente, quando cai na toca e vai parar em Underland, lugar que visitou quando criança e que chamou de Wonderland, mas do qual não lembra de nada. A queda, com todas as implicações, personagens e elementos que vai encontrar, iniciar um processo de fortalecimento e de descoberta interior.

O roteiro foi escrito por Linda Woolverton, com base nos dois volumes de Carroll sobre a mesma personagem - Alice no País das Maravilhas (1865) e Alice através do Espelho (1871) e o elenco reúne os preferidos de Tim Burton, Johnny Depp (Chapeleiro Maluco), Helena Bonham Carter (Rainha Vermelha), Anne Hathaway (Rainha Branca) e a nova carinha do cinema, Mia Wasikowska (Alice).

O caráter de desajuste, de não pertencimento, presente em todos os filmes de Tim Burton, perpassa os personagens de Wonderland e o chapeleiro torna-se figura central, como não podia deixar de ser, uma vez que está encarnado por Johnny Depp, espécie de alter-ego do diretor, projetado em seus filmes.

Alice foi feito para o 3D e, enquanto o roteiro ou as curvas e desvios adotados pelo diretor podem não agradar aos conhecedores da obra de Lewis Carroll, deve ser aproveitado pela experiência visual que deslumbra. 

Para quem ainda não teve oportunidade de ver o teaser, aqui vai (em inglês):




Créditos das fotos:
Printemps - Journal des Vitrines e Haute World
HStern, Disney Couture, Urban Decay, Urban Collector, Ellus, Abbey Down e Ladurée - divulgação

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pixels tomam Nova York - PacMan encontra King Kong

Genial o curta criado e dirigido por Patrick Jean com Matias Boucard na direção de fotografia que mostra, com bom humor, Nova York sendo invadida e transformada por seres em 8-bits.

A animação é uma viagem alucinante de pura criatividade e talento, produzida pela empresa de efeitos especiais OneMoreProcution, sediada em Paris. Enjoy the ride.

domingo, 11 de abril de 2010

Camisetas santas da Apoena estão de volta na Ortiga

A marca criada por Kátia Ferreira reeditou as camisetas bordadas com figuras de virgens marias, terços e outras imagens católicas, estilo que lançou a Apoena no universo da moda brasileira. As peças da nova coleção estão à venda na Ortiga - umas das primeiras multimarcas a acolher a marca brasiliense. 


Um dos motivos do sucesso da Apoena, criada em 2003, foi a participação de bordadeiras, que encontraram ali sua entrada para a população economicamente ativa. Kátia estimulava as bordadeiras do Distrito Federal a se reunir em associações e passaram a executar os designs da marca, a criar desenhos próprios e a sustentar suas famílias.  

O estilo criativo e artesanal da Apoena atraiu também atrizes como Carolina Dieckmann e Suzana Vieira e   passou a figurar em produções de TV, como a novela Belíssima, em que Cláudia Abreu, na foto em stylling tipo doce, veste um vestido da marca, que em tupi-guarani significa “aquele que enxerga longe”. 


Fotos Divulgação