Sobre este blog

quarta-feira, 28 de março de 2012

Gattinoni desfila pela primeira vez no Brasil

A Maison italiana de alta costura Gattinoni vem a Brasília como parte da programação Momento Itália-Brasil, com desfile que abrirá a edição 2012 do Capital Fashion Week, no dia 29 de março na Embaixada da Itália. Graziele Frederico enviou texto irretocável sobre a grande Casa de alta costura que reproduzo aqui, ilustrada por peças da coleção couture Primavera-Verão 2012.

Primavera-Verão 2012
A história da Maison Gattinoni é ligada a sua fundadora Fernanda Gattinoni (1907-2002), protagonista indiscutível da moda internacional por mais de 50 anos. Fernanda Gattinoni abre seu primeiro ateliê em 1946, a primeira peça com a etiqueta Gattinoni foi um tailleur de veludo verde para Clara Calamai. 

Fernanda Gattinoni construiu, de um pequeno atelier, uma das grandes grifes de luxo italianas

Depois de alguns anos Madame Fernanda muda-se para via Toscana, atual sede da Maison, a poucos metros da via Veneto. Seu ateliê, adjacente à Embaixada Americana, teve como cliente habitual a primeira embaixatriz dos Estados Unidos na Itália, Claire Booth Luce. Mas também as mulheres mais fascinantes da aristocracia romana e as atrizes de Hollywood freqüentaram o salotto-couture. Sem exceção. Anna Magnani, Lara Turner, Bette Davis, Barbra Stanwick, Ingrid Bergman frequentemente acompanhada do diretor e companheiro Roberto Rossellini, Gina Lollobrigida, Lucia Bose, Ava Gadner, Kim Novak, Elizabeth Taylor e Audrey Hepburn, inesquecível intérprete de Guerra e Pace. Fernanda Gattinoni assinou os figurinos da  célebre película, dirigida em 1956 por King Vidor, lançando o stile impero e obtendo uma nominação ao Oscar. 

Primavera-Verão 2012

Entre suas clientes mais ilustres estão também Golda Méier, Giulietta Masina, Mimise Guttuso, Jackie Kennedy. Margareth da Inglaterra, em 1961, fez um escândalo vestindo roupas Gattinoni no Palácio de Buckingham: a etiqueta da côrte negava que as Altezas Reais usassem vestidos criados por estilistas estrangeiros. Eva Perón escolheu no ateliê da via Marche, em 1947, o vestido preto para ser recebida pelo Papa Pio XII. E foi a própria Fernanda Gattinoni, quem substituiu com longas luvas brancas as mangas do vestido de renda de Maria Josè, Princesa da Bélgica, que se casava com o futuro Rei da Itália, Umberto di Savoia, em 8 de maio de 1930. 

O ateliê de via Toscana cresce e se renova na segunda metade dos anos 80 com as criações do filho de Fernanda Gattinoni, Raniero, que imprime na empresa uma virada, dando uma nova direção à internacionalização da grife. Uma verdadeira e própria operação de restyling aliando a Alta Moda ao Prêt-à-porter, sem trair o luxo e o alto artesanato. Traços que distinguem ainda hoje o produto Gattinoni.

Guillermo Mariotto, diretor criativo da Gattinoni

Raniero traz para seu lado, como coordenador, um companheiro de estudos, Stefano Dominella, hoje Presidente da Maison. Juntos lançaram linhas novas de Prêt-à-porter e acessórios usando métodos de vanguarda e idéias inovadoras, mesmo mantendo a tradição e a pesquisa de estilo, próprias da Gattinoni. Em 1988 entra para a equipe o jovem talento Guillermo Mariotto. Será ele a assumir a direção artística da Maison. Sua estréia oficial nas passarelas em 1994 ocorreu com um inesquecível desfile dedicado a Eva que inspirou a famosa cena da “Sfilata Nuda” no filme Prêt-à-porter de Robert Altamn. 

Fotos: reprodução