Dia de eleição. Ruas sujas, locais de votação lotados, filas, frustração e perplexidade. Meus filhos tiveram sorte e a secção de votação estava vazia. Minha mãe, com a prerrogativa de quem já tem 87 anos, não precisava enfrentar fila, mas foi obrigada a vencer uma multidão de eleitores em uma secção grande demais e com representantes da Justiça Eleitoral de menos para orientar os votantes, especialmente os que confiaram na decisão de última hora do Supremo, concordando com a isenção de apresentação do título de eleitor, e que não sabiam onde votar.
Depois de tanta confusão, quase quatro da tarde, fome. Onde comer? Precisávamos de conforto depois de horas de pé, um atendimento atencioso, pois a última coisa que queríamos era nos degladiar com garçons, e uma cozinha correta, sem erros. A escolha foi o tradicional Piantella, de Marco Aurélio Costa, onde fomos calorosamente recebidos por Chico, o decano dos maitres da Capital, que deveria escrever um livro quando se aposentar, contando os bastidores da política que já presenciou.
Pedimos cavaquinha, língua e haddock, tudo delicioso. Recuperamos as forças em uma refeição longa e saboreada. Era o que os anglo saxões tão apropriedamente chamam de comfy food, a comida que acalma, aquece, dá a sensação de conforto, de que tudo vai ficar bem. O que, no caso de hoje, dia de votação, de uma votação inquieta, em um momento de indefinições e dúvidas, ganhava especial significado.
Pedimos cavaquinha, língua e haddock, tudo delicioso. Recuperamos as forças em uma refeição longa e saboreada. Era o que os anglo saxões tão apropriedamente chamam de comfy food, a comida que acalma, aquece, dá a sensação de conforto, de que tudo vai ficar bem. O que, no caso de hoje, dia de votação, de uma votação inquieta, em um momento de indefinições e dúvidas, ganhava especial significado.