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domingo, 3 de outubro de 2010

Comfy food depois da maratona pelo voto

Dia de eleição. Ruas sujas, locais de votação lotados, filas, frustração e perplexidade. Meus filhos tiveram sorte e a secção de votação estava vazia. Minha mãe, com a prerrogativa de quem já tem 87 anos, não precisava enfrentar fila, mas foi obrigada a vencer uma multidão de eleitores em uma secção grande demais e com representantes da Justiça Eleitoral de menos para orientar os votantes, especialmente os que confiaram na decisão de última hora do Supremo, concordando com a isenção de apresentação do título de eleitor, e que não sabiam onde votar. 

Chico testemunha da hitória na Capital

Depois de tanta confusão, quase quatro da tarde, fome. Onde comer? Precisávamos de conforto depois de horas de pé, um atendimento atencioso, pois a última coisa que queríamos era nos degladiar com garçons, e uma cozinha correta, sem erros. A escolha foi o tradicional Piantella, de Marco Aurélio Costa, onde fomos calorosamente recebidos por Chico, o decano dos maitres da Capital, que deveria escrever um livro quando se aposentar, contando os bastidores da política que já presenciou.

Pedimos cavaquinha, língua e haddock, tudo delicioso. Recuperamos as forças em uma refeição longa e saboreada. Era o que os anglo saxões tão apropriedamente chamam de comfy food, a comida que acalma, aquece, dá a sensação de conforto, de que tudo vai ficar bem. O que, no caso de hoje, dia de votação, de uma votação inquieta, em um momento de indefinições e dúvidas, ganhava especial significado.