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terça-feira, 26 de julho de 2011

Bate-papo com a genial Marília Carneiro, figurinista da Globo neste sábado

A Ortiga aproveita o lançamento da coleção de Verão para trazer a talentosa figurinista da TV Globo. Marília Carneiro fez uma carreira de 37 anos na Rede, criando modismos nas novelas em que trabalhou, peças de roupa, acessórios, "jeitos de usar" que tem sido copiados por milhares de pessoas e alcançam as ruas rapidamente. Ela estará neste sábado, 30, às 16h na loja da 309 Norte.


Exemplo clássico desse modismo de novela lançado por Marília é o look com meias de lurex coloridas, combinadas com sandálias de salto alto, usadas em 1978 por Sônia Braga em Dancing Days. Ela comanda um acervo gigantesco no Projac, headquarter dos estúdios da emissora no Rio de Janeiro. 



A carioca Marília Carneiro estudou filosofia e comunicação social na PUC, mas abandonou os cursos depois de fazer estágio de jornalismo no jornal Tribuna da Imprensa. Casada com o fotógrafo e diretor de arte Mário Carneiro (1930-2007), integrante do grupo do Cinema Novo, ela estreou como figurinista no filme O Homem que Comprou o Mundo, de Eduardo Coutinho. Participou como atriz em  filmes brasileiros como atriz, foi dona de boutique Ipanema - a Truc - que trazia referências de Londres (berço do que era "in" na época), onde vivia a irmã Maria Lúcia Dahl.  Marília fez essa ponte com  a Europa e trazia de lá peças originais e a partir delas desenvolvia coleções, tornando-se referência em um tempo muito distante das informações instantâneas que temos sobre moda atualmente. 


Mais tarde trabalhou na Obvious, loja da amiga Zelinda Lee, a quem atribui o complemento da sua formação de moda. Indicada pela atriz Dina Sfat (1938-1989) ao diretor Daniel Filho, estreou na TV Globo na novela Os Ossos do Barão (1973), de Jorge Andrade (segunda novela da era da TV colorida no Brasil), e revolucionou o processo de produção de figurinos. Quando os figurinos eram confeccionados por costureiras da emissora, ela trouxe a moda para dentro do processo, garimpando lojas. As novelas ganharam atualidade e agilidade nas produções. Em mais de 20 novelas, 8 miniséries, programas humorísticos, seriados, venceu dificuldades com criatividade, chegando a trocar roupas novas por velhas com moradores de bairro de subúrbio para dar realismo à trama (O Rebu, 1974, de Bráulio Pedroso). 


Alguns modismos que criou foram também para solucionar problemas, como o lenço usado no pescoço por Vera Fischer na novela Brilhante (1981), de Gilberto Braga. Conta a memória da Globo que  o acessório foi usado, em inúmeras amarrações, para disfarçar o corte de cabelo da atriz - curto e com permanente - que não agradou ao público e teria incomodado até o compositor Tom Jobim, autor da canção de abertura, Luiza, feita especialmente para a personagem. Nunca se vendeu tantos lenços no Brasil!

Fonte: http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27723,GYP0-5271-252461,00.html