Com Ana Paula Dantas
Inspirado na obra do artista venezuelano Jesús Rafael Soto (1923-2005), mestre da arte cinética - que para ser percebida necessita do olhar do espectador-, Sann Marcuccy levou ilusão de ótica e androginia à passarela. Tecidos com efeitos em finas listras pretas e brancas mudam a cor da roupa com o movimento, sobreposição de texturas, recortes e bordados criam a sensação de que as estampas se movem.
Seda, couro, malha, plush e um algodão com trazido da holanda fizeram do desfile um espetáculo de textura, fluidez, camadas, franjas e bordados. Sann experimentou também com a aplicação de um polímero na sarja, mesclada com fibras de garrafas pet recicladas, que dá um toque de couro sem tornar o tecido quente. A modelagem, que é feita no sistema moulage (técnica em que o designer molda o tecido diretamente no modelo vivo ou manequim), não tem costuras laterais. Cordões e amarrações permitem customizar as peças aumentando ou diminuindo fendas e drapeados e alterando comprimentos. As pulseiras também são criação do estilista, inspiradas em esculturas geométricas de Soto.
“Uma coleção conceitual feita para uma pessoa sofisticada, culta e que gosta de inovar", definiu o designer que apresentou um mix de alfaiataria, tricô e peças em malha, predominantemente em branco, cinza e preto. O styling foi de Márcia Rocha com conceito de moda de Wagner Kallieno. A trilha sonora foi montada pelo próprio Marcuccy.
Sann no backstage com a estilista Márcia Ganem
Fotos: Daniel Fama
