A Aliança Francesa e a Caixa Cultural Brasília abrem à visitação, de 10 de setembro a 13 de outubro, na Galeria Principal da Caixa, a mostra "Marc Riboud - Fotógrafo", com 61 imagens de um dos maiores presentantes da escola francesa de fotografia.
Torre Eiffel, 1953
Com mais de 50 anos de carreira, Riboud fez história e publicou algumas das fotos mais famosas do mundo, como "Paris", a improvável foto de um pintor-equilibrista na Torre Eiffel, estampada pela revista Life, em 1953. Outra imagem inesquecível, foi clicada em Washington, em 1967, durante a marcha em protesto contra a participação dos EUA na Guerra do Vietnam. A jovem americana, Jan Rose Kasmir, com uma flor nas mãos e um olhar doce, confrontava os soldados, em frente ao Pentágono.
Washington, 1967
Ele participou do grupo de fotógrafos da agência Magnum que, a partir dos anos 50, transformou o fotojornalismo em um meio de expressão artística. Era o início da fotografia humanista, da qual Riboud tornou-se um ícone, quando a cobertura factual começou a ganhar um enfoque social e o trabalho de fotógrafo começou a ganhar características autorais.
Riboud foi convidado a integrar a equipe da Magnum por Cartier_Bresson e Robert Capa e participaram do grupo o polonês radicado nos estados Unidos, David Seymor (Dawid Szymin) e o inglês George Rodger. E com eles a Magnum mudou a história da fotografia.
Paris, 1953
A mostra, que já esteve em Fortaleza, Recife e Salvador e segue depois para o Rio de Janeiro, apresenta um pouco da peregrinação do fotógrafo francês, que mudou a forma de representar o mundo durante o Século XX. Com clara preocupação com questões sociais, ele deu prioridade às viagens ao Oriente. Esteve no Oriente Médio e Afeganistão, em 1955, seguiu por terra à Índia, onde ficou um ano antes de ir para a China, em 1957. Depois de uma estada de três meses na então União Soviética, em 1960 fez a cobertura das independências na Argélia e na África negra.
Entre 1968 e 1969 realizou reportagens no Vietnã do Sul e Vietnã do Norte. Durante os anos 80 viajou com frequência ao Oriente e Extremo Oriente, realizou exposições em Paris, Londres, Nova York, Beijing, Hong Kong e Bilbao. Publicou ivros sobre a China, o Tibete e o Camboja. Em 2009, lançou "Algérie, Indépendance", pela editora Le Bec en l'air.
Recentemente esteve no Brasil, em 2009, e também há fotos dessa passagem por Porto Alegre e Rio de Janeiro na exposição. "Cada dia de minha viagem foi um encanto. Mais ainda do que a beleza das paisagens e das cidades, pude apreciar o calor e a elegância das relações humanas", afirmou a respeito dessa experiência.
Marc Riboud
Marc Riboud nasceu em 1923 em Lyon e realizou as primeiras fotografias em 1937, durante a Exposição Universal de Paris, com o pequeno Vest-Pocket presenteado pelo pai, na ocasião de seus 14 anos. Formado em engenharia, eme 1948, passou a dedicar-se à fotografia bem mais tarde.
Premiado e exibido em museus do mundo, o trabalho de Riboud foi alvo de importantes retrospectivas - em 2004, na Maison Européenne de la Photographie de Paris; no Museu da Vida Romântica, de Paris, em 2009 e no Shanghai Art Museum, em março de 2010.
Riboud foi testemunha da violência e das atrocidades da guerra, da degradação de culturas, da opressão, mas filtrou essas imagens com humanidade e foi capaz de manter a inocência e o lirismo ao capturar cenas graciosas da vida diária. A oportunidade que se apresenta ao público brasiliense é irrecusável.
Serviço
Abertura para convidados: 09 de setembro de 2010
Visitação: de 10 de setembro a 13 de outubro
Horários: de terça a domingo, das 9h às 21h
Caixa Cultural: Galeria Principal, SBS Qd 4, Anexo edifício matriz da Caixa
Telefone: 55 61 3206 9448